O mundo experimenta a gradual retomada das atividades econômicas após o surto de COVID-19 em 2020. Muitos países têm registrado cada vez menos casos e optam pela reabertura física de comércios, indústrias e segmento corporativo. No Brasil, embora os números ainda não demonstrem tendência de queda, a retomada também vem acontecendo, gerando incertezas e dúvidas ao empresário, em especial de pequenos negócios. Como fica o futuro da empresa? Como trabalhar com o caixa, muitas vezes negativo, nos próximos meses?
Para o diretor do grupo Atai, Edmilson Ataide, o momento atual deixou claro a todos os portes de empresas e a todos os segmentos que estrutura e planejamento financeiros são fundamentais para a gestão empresarial. E, especialmente, para os negócios que não tinham, até agora, cultura de planejamento financeiro.
Abaixo, acompanhe as sugestões do especialista para auxiliar as pequenas empresas nesta retomada:
– Aposte em estruturação financeira: conhecer os números da tesouraria, como contas a pagar, a receber e o fluxo de caixa, pode parecer um dever de casa óbvio, mas nem sempre é praticado pelos empresários. Para Ataide, muitas empresas ainda guiam seus negócios pelo saldo bancário, o que dificulta a alocação correta dos recursos da empresa, fator fundamental neste momento. A capacidade de condução financeira da empresa será o diferencial nestes meses que seguirão com baixo fluxo de negócios;
– Separe os orçamentos pessoais dos da empresa: o especialista explica que é bastante comum que o empresário do pequeno negócio trate a empresa como extensão de sua conta corrente. Sem a efetiva separação entre orçamentos pessoais e da empresa, os compromissos pessoais acabam sendo suportados pelo caixa da empresa, de forma desestruturada, o que inviabiliza o planejamento financeiro;
– Tenha seus números em vista na hora de formar preços: sem os alicerces básicos dos dois tópicos anteriores, formar preço pode ser uma tarefa bastante complicada, o que pode ter grande impacto na retomada. Formar preços de acordo com a concorrência ainda é uma atitude comum entre os pequenos negócios, mas pode ocasionar margens baixas ou lucro nulo;
– Desenvolva um fluxo de receitas e despesas: o empresário deve projetar e acompanhar o seu fluxo futuro de receita e despesas. Com este acompanhamento em mãos, conseguirá se antecipar em eventuais problemas, com uma boa programação de fluxo de caixa e abrindo a possibilidade de negociação de prazos e condições junto a fornecedores;
– Tenha o contador como seu parceiro: com a organização financeira da empresa, que deve ser feita com o apoio da contabilidade, é possível visualizar os caminhos mais adequados para cada tipo de negócio. Nesta etapa, o contador é essencial para dar suporte no desenvolvimento do planejamento financeiro e nas diretrizes para os próximos meses de operação. A atuação do contador deve ir muito além da geração de guias e holerites de funcionários.
“É necessário que o empresário tenha consciência de que este fluxo, se ainda não tiver sido implementado, deve ser feito com urgência. Ele deve cobrar do contador uma participação proativa no apoio à gestão, fornecendo os dados necessários e promovendo os ajustes para tanto. Este não é o momento mais adequado para estruturar a empresa, mas somente com foco e planejamento será possível dar continuidade a alguns negócios”, afirma Edmilson Ataide.
Outras alternativas
Podem ser programadas pelo pequeno empresário, como a recuperação de créditos tributários e a busca por linhas de créditos específicas para pequenas e médias empresas. “O empreendedor brasileiro costuma ter muito domínio técnico, mas pode relevar a gestão da empresa. A hora é de repensar o negócio e construir os alicerces que nortearão os próximos passos da empresa”, finaliza Ataide.
Fonte: Grupo Atai